porque convergimos e integramos com AMOR, VERDADE, RETIDÃO, PAZ E NÃO-VIOLÊNCIA

dedicamos este espaço a todos que estão na busca de agregar idéias sobre a condição humana no mundo contemporâneo, através de uma perspectiva holística, cujos saberes oriundos da filosofia, ciência e espiritualidade nunca são divergentes; pelo contrário exige-nos uma postura convergente àquilo que nos move ao conhecimento do homem e das coisas.
Acredito que quanto mais profundos estivermos em nossas buscas de respostas da consciência melhor será para alcançarmos níveis de entendimento de quem somos nós e qual o propósito que precisaremos dar as nossas consciências e energias objetivas e sutis para se cumprir o projeto de realização holística, feliz, transcendente, consciente e Amorosa.

"Trata-se do sentido da unidade das coisas: homem e natureza, consciência e matéria, interioridade e exterioridade, sujeito e objeto; em suma, a percepção de que tudo isso pode ser reconciliado. Na verdade, nunca aceitei sua separatividade, e minha vida - particular e profissional - foi dedicada a explorar sua unidade numa odisseia espiritual". Renée Weber

PORTANTO, CONVERGIR E INTEGRAR TUDO - TUDO MESMO! NAS TRÊS DIMENSÕES:ESPIRITUAL-SOCIAL-ECOLÓGICO

O cientista (psicólogo e reitor da Universidade Holística - UNIPAZ) PIERRE WEIL (1989) aponta os seguintes elementos para a falta de convergência e integração da consciência humana em geral: "A filosofia afastou-se da tradição, a ciência abandonou a filosofia; nesse movimento, a sabedoria dissociou-se do amor e a razão deixou a sabedoria, divorciando-se do coração que ela já não escuta. A ciência tornou-se tecnologia fria, sem nenhuma ética. É essa a mentalidade que rege nossas escolas e universidades"(p.35).

"Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor...Lembre-se: se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor, com ele conquistará o mundo" Albert Einstein

sábado, 27 de dezembro de 2008

O COLAPSO DA ONDA DE POSSIBILIDADES E DA CONSCIÊNCIA CÓSMICA

As descobertas da Física Quântica a partir do início do século XX até os dias de hoje nos prometem mudanças radicais na visão de mundo futura. E com certeza paradoxalmente uma nova e antiga identidade se manifestará para redirecionar definitivamente a humanidade na sua verdadeira condição humana: cósmica-terrestre. Pois, segundo os físicos quânticos (p.ex.: PhD Ami Goswami – físico indiano) a realidade que observamos é constantemente modificada pela ação da observação. Quando se observa um objeto escolhemos, segundo a física, um entre milhões de estados do objeto. Isto ocorre devido ao processo denominado de colapso da onda de possibilidades infinitas (e a superposição). O objeto somente é aquilo que vemos porque aconteceu um processo muito sutil de descontinuidade na consciência do observador que fez com que ele visse apenas um estado do fenômeno. Então, o que vemos não é o real. O real é o estado cósmico da consciência. O número de estados possíveis da existência de qualquer coisa é, portanto, uma questão de probabilidade das possibilidades!
Nesse contexto, a física vem redefinindo o conceito de causa. Na visão clássica o real é o processo ascendente da consciência individual comum. O que significa dizer que a interpretação clássica define a causa a partir de uma seqüência lógica de fenômenos encadeados ou interligados: partícula> átomo>célula> organismo>àcérebro>memória>consciência individual. A esse processo os físicos denominam de causa ascendente. O processo inverso, ou seja, consciência cósmica>consciência individual> memória>cérebro> organismos>célula> átomo> partícula, os físicos denominam de causa descendente. Isso implica dizer que na nova concepção da realidade através da causa descendente a consciência cósmica é a raiz ou a base do ser. A consciência, portanto, tem uma participação fundamental na escolha dos estados quânticos dos fenômenos. A superposição quântica diz que os objetos estão replicados por todo o espaço-tempo da realidade e é a consciência em seu colapso quântico invisível (para os olhos leigos e comuns) que faz com que percebamos apenas um único estado do objeto (ele não se divide, mas se encontra espalhado por todo canto da realidade!). Por isso mesmo que na visão da consciência quântica a realidade é uma manifestação da consciência cósmica – incomum! - em seu estado natural de Potencialidade Pura – infinita! Essa nova maneira de olhar o mundo com certeza levará um longo tempo para se tornar um novo paradigma. Mas, felizmente tais descobertas nos conduzem a responsabilidade de produzirmos ou criarmos modelos de realidade que tragam de volta o homem ao seu estado primitivo-cósmico como ser criador de realidades – como muito bem afirmam os espiritualistas e religiosos. Desde 1988, quando vivenciei o meu estado cósmico da consciência, sabia que nesse novo milênio o homem seria chamado a vivenciar (intensamente!) o seu primeiro estágio de consciência cósmica: a intuição! E é tão verdade que tive (por volta de 1994) um artigo publicado (com quase meia-página de jornal!) num dos maiores jornais de grande circulação do Rio de Janeiro (Jornal O Globo) onde afirmei categoricamente que a intuição (transcende o estado racional) é um estado evolutivo avançado da consciência. Agora, sinto-me retornando novamente – retornando a casa do Pai Cósmico!
Nota: Boa parte dos PIBs dos países desenvolvidos dependem da microeletrônica moderna, ou seja, das descobertas da física quântica. Toda eletrônica que compramos e usamos são baseadas na física das partículas!
Prof. DSCe Engenheiro Eletrônico Bernardo Melgaço da Silva - bernardomelgaco@hotmail.com

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A SOLIDARIEDADE E A MAGIA DO NATAL DE TODOS OS DIAS

Era uma noite de muito frio. As pessoas circulavam pela calçada. E nada percebiam de anormal. Cada uma delas em seu ritmo condicionado fazia seu percurso sem notar um homem que lutava contra o frio com jornais debaixo de uma marquise. Pobre homem esquecido por todos que circulavam naquela rua de trânsito, de carros buzinando, de gente correndo para um tempo que no final ninguém gostaria de chegar: a morte. Mas, a vida é assim mesmo apressamos os passos sobre o chão em nossa jornada em busca de um fim. Um fim que desfaz a vida agitada – debaixo do chão! E por isso mesmo, esquecemos de olhar para os sinais de trânsito da vida: PARE! DESACELERE! DÊ PREFERÊNCIA! A pressa, a correria, a velocidade da mente, o ritmo do consumo, a rapidez do viver. Corra...corra...corra! Consuma...consuma...consuma! Ultrapasse...ultrapasse...ultrapasse...olhe para frente e siga as setas dos caminhos construídos pelos outros! Mensagens...mensagens...mensagens de desorientação. Mensagens de isolamento, de riqueza, de solidão. Mensagens que robotizam nossa visão. A mente já não mais escuta os apelos do coração.
Mas, da janela do segundo andar de seu apartamento um jovem solitário percebeu o drama daquele mendigo de querer se aquecer com jornais debaixo de uma marquise de um bar. Assim, o jovem não desviou seu olhar para aquele homem sofrido, mas digno em sua esperança de encontrar aquecimento em folhas de jornais. Jornais de meses e anos anteriores lidos por pessoas que ele não conhecera. Jornais largados no lixo. Jornais de verdades duvidosas, de notícias de corrupção, de notícias carregadas de sangue, de balas perdidas, de riquezas falidas, de desastre de avião. Tantas palavras escritas, mas nenhuma que pudesse aquecer o seu solitário coração. Tantas verdades mal ditas num pequeno papel de jornal carregado de poeira e tinta.
A verdade que o jovem percebia estava ali: uma alma sofria e precisava de atenção! Então, ele imaginou o que poderia aquecer o coração daquele homem esquecido numa noite fria na calçada debaixo de uma marquise de um bar fechado. O jovem foi para o seu quarto, abriu o seu armário e apanhou o seu casaco de lã – novinho! E não pensou duas vezes: uma calça também para completar. Que valor tem um bem se não faz um bem a quem necessita dele em seu coração? O seu coração pulava de alegria e satisfação. Desceu as escadas em direção à solidariedade. E no caminho foi acompanhado pela bondade, a irmandade, a compaixão, a alteridade e a fraternidade santa. Assim, o grupo foi ao encontro do homem solitário esquecido numa calçada debaixo de uma marquise de um bar fechado numa noite fria a espera de uma mão estendida de um irmão solidário.
O encontro foi algo fenomenal. Os sinos silenciosos e vibrantes da emoção bateram e tocaram uma bela canção de Natal. O gesto de doação foi o momento mágico entre duas almas que se encontraram para cumprirem a missão de fazer história relembrando os gestos dos reis magos: Natal é doação de coração para coração!
Obs.: Esse relato não é apenas uma história, mas um fato que aconteceu com um jovem que viu a oportunidade de fazer Natal em qualquer dia do ano. Esse fato aconteceu no Rio de Janeiro no bairro da Glória – na década de 80. E o jovem sou eu! O mendigo representa todos aqueles esquecidos e excluídos nesse mundo frio, escuro, insensível e apressado – o menino Jesus simboliza as almas desassistidas de tudo!
Feliz Natal-do-Coração para Todos!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva

APENAS UMA SUGESTÃO DE NATAL...SEM FOME

Quero orar com todos vocês
A lembrança do significado transcendente
Do nascimento daquele menino pobre e "carente"
Que nasceu iluminado sob uma luz
Numa noite feliz de estrela cadente

Quero de coração agradecer
Aos três Reis Magos que de dia se deslocaram
Em seus três camelos num sol ardente
Para ver e agradecer a luz imanente
Daquele que foi lembrado por Deus
Em trazer de volta a consciência da gente

Quero oferecer em verso-oração
A minha singela sugestão
Que neste Natal de Muita Chuva, Tragédia e Fome
Todos nós façamos um gesto sem Nome
Enchendo o prato de nossos irmãos carentes
Com peru, arroz, feijão e um pouco de compaixão
Olhando nos olhinhos deles a gratidão simplesmente

Lembrando quem sabe talvez
Que assim fazendo estamos doando
Um pouco de fé e carinho de uma só vez
As muitas criaturas que de barriga vazia
Sentem a incerteza da comida
E arrotando desgosto da indiferença e azia
Mal ouvem as mensagens gloriosas
De um menino que cresceu em PAZ vitoriosa
E que outrora recebeu fora de hora
Numa cruz feia, dura e fria
A mesma VIOLÊNCIA e esquecimento da Fome de AGORA

Prof. Bernardo Melgaço da Silva

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

CONVERSANDO COM DEUS

Um dia desses entrei numa locadora de filmes, no Crato, e me deparei com o título de um deles: Conversando com Deus. Decidi levá-lo para assistir a tarde em minha casa. Já em minha casa, após tê-lo assistido, senti uma profunda identificação com o filme. De repente me vi em 1988 passando por fenômenos muito próximos daqueles contados nesse filme. O filme relata a história de um cidadão americano (Neale) de classe média que após ter sofrido um acidente de carro quebrou o pescoço e assim ficou parcialmente impossibilitado de arranjar emprego e viver normalmente. A história do personagem principal se desenvolve entorno de sua vida trágica e seu desespero em encontrar uma oportunidade de viver dignamente no seu país. Assim, ele se vê obrigado a deixar o apartamento alugado (o aluguel estava atrasado há três meses) onde morava para viver num camping junto com outros numa situação de miserabilidade. O filme é muito simples com um enredo bem construído, no entanto para mim me tocou profundamente porque passei por momentos espirituais muito fortes em 1988. O que o filme tem de próximo com a minha história pessoal-espiritual? Em várias passagens onde o personagem principal (Neale) desperta numa noite e conversa com a sua própria consciência interior-superior – Deus! E uma dessas passagens é idêntica quando Neale duvida do que estava acontecendo com ele. E também na situação estranha de conversar com algo imaterial, invisível, porém presente e constante. A confusão dele era a minha também porque era difícil para mim aceitar a idéia de que Deus estava conversando comigo diretamente. E o centro da questão era o Amor Dele. Como falar para as pessoas que o Grande Deus estava conversando afetivamente comigo, pois eu era um sujeito comum, imperfeito e não representava nenhuma imagem de santo, de um ser puro. Eu era um jovem extremamente comum de classe média que adorava ir a praia, beber vinho, namorar e frequentar as boates nos finais de semana a noite. E de repente algo estava acontecendo e mudando a minha perspectiva humana para sempre. E assim constatei que não era só comigo que Deus conversava. A Sua voz doce, meiga e sábia estava presente em todo ser humano. Mas, por que um número muito reduzido de ser humano não conseguia escutá-LO? Por que “todos estavam surdos” conforme a música antiga do cantor Roberto Carlos? Descobri que a Voz de Deus era uma Voz interior muito específica que necessitava de uma sensibilidade metafísica muito fina para ouvi-LA. Em síntese, descobri que existem várias portas da percepção que nos conduz a Ele, e que para abri-las se precisa de uma disciplina ou trabalho de percepção concentrado. Mas, alguns por sua natureza e trajetória conseguiram abri-las inconscientemente. Esse foi meu caso – com certeza! Deus fala com todo mundo ao mesmo tempo, o que não quer dizer que todos conseguem escutá-LO. Eu fiquei anos e anos escrevendo o que a intuição Dele me dizia a respeito de qualquer assunto. E nesse processo – numa dialética existencial! - fui orientado para desenvolver e escrever uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro/COPPE. Muitos fatos e fenômenos paranormais aconteceram a partir do instante em que comecei a ouvir a intuição Dele. Passei por momentos incríveis – espetaculares! - que pretendo narrá-los no livro que lançarei em 2009. Ao longo de 20 anos me dediquei em criar uma linguagem científica (p.ex.: Física Quântica) e filosófica para transmitir a minha verdade sobre a minha consciência interior que não cansa de falar ininterruptamente. Espero assim contribuir com uma semente de reflexão antes de deixar esse mundo material humano. Ninguém está totalmente vazio e sozinho – Deus nos preenche e vive ao nosso lado falando o tempo todo!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva (88) 9201-9234

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

INTERPRETAÇÃO (texto recebido pela Internet)

'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.
Moral da história:'A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que fazemos sua pontuação. E isso faz toda a diferença..."

Moral da História (segundo Prof Bernardo): Não existe uma única verdade, mas vários ângulos e perspectivas diferentes que se complementam para formar um todo holístico da compreensão de que somos mistérios e revelações de um propósito cósmico muito maior do que nossas pretensões racionais. Se fixar numa perspectiva, é abandonar as demais e com isso se perde a oportunidade de compreender que a verdade não é uma soma ou subtração de quaisquer perspectivas, mas a aceitação de que cada um de nós prescreve uma parte da realidade porque é sujeito criador e não um mero expectador da realidade. Deixar-se conduzir por uma única perspectiva apenas é alienar-se em si mesmo daquilo que é mais fantástico no ser humano: a liberdade de criar e estruturar a sua própria realidade complexa, plural e holística.
Cada um é texto e contexto em si mesmo. É um ponto de exclamação e interrogação. É busca e encontro em si mesmo. É o Verbo e o Mistério. É luz e escuridão!

domingo, 19 de outubro de 2008

TRAGÉDIA, BARBÁRIE E DESAMOR NO MUNDO MODERNO

O que está acontecendo? A última tragédia – recente! -em Santo André-SP comoveu o Brasil de ponta a ponta. Mais um drama entre tantos outros que acontece todos os meses nesse mundo humano. A cada tragédia nos perguntamos perplexos quando será a próxima notícia de barbárie. Parece que não tem fim, pois viver é sempre perigoso e nunca sabemos quem vai surtar, matar ou morrer. Tudo indica que a roleta russa da psique desgovernada vai apontar sua arma para uma nova vítima desconhecida. E essa vítima pode ser João, Maria, Pedro, Eloá, Eu, Você e qualquer um que estiver no caminho da tragédia. Mas, não adianta buscar isolar o problema como se fosse um caso a parte. A questão dessa última tragédia de Santo André não deve apenas ser vista e analisada como uma falha policial. Precisamos olhar o entorno da condição humana moderna, ou seja, o que e como de conteúdo e valor está sendo plantado nas psiques dos jovens. Em outras palavras, a educação e a cultura moderna não vem provocando uma transformação humana capaz de tornar a vida mais consciente e mais livre de padrões alienantes. Nesse mundo de tantas setas e poucas verdades profundas criamos psiques desequilibradas e vulneráveis a todo tipo de ordem e comando de morte e violência. Infelizmente a humanidade está muito longe da cultura da solidariedade e do amor pregado pelos grandes mestres espirituais. Video-games, filmes, novelas, livros, músicas, revistas, jornais, teorias, filosofias e chavões irresponsáveis são usados por muitos criando as condições do ambiente social e moral poluído em que vivemos. O inconsciente coletivo criado dessa forma por muitos serve como um oceano onde mergulhamos nossas consciências incautas e inocentes. Aos poucos como uma rã que não salta da panela quando a água fria onde se encontra é esquentada lentamente, assim da mesma forma, não percebemos a sutileza do condicionamento e do rompimento com a força do Espírito da Paz, da Solidariedade, da Empatia e Alteridade em nosso interior humano. Somos lentamente envolvidos pelo calor das persuasões sutis da vida de resultados efêmeros e conquistas de prazeres apenas materiais. A cada condicionamento sutilmente a mente vulnerável vai se tornando doente e insensível à Força do Espírito em si mesmo. A ditadura existencial da razão funcional aliada aos sentimentos mais imperfeitos ganha espaço e força na consciência daqueles que não percebem a sua alienação para sua verdadeira dimensão humana-espiritual. E nessa trajetória, é natural que um dia essas consciências se perturbem e surtem por força das repetições e acúmulos de mensagens, valores e idéias fracas, distorcidas e pequenas. O drama da vida continuará porque não mudamos os atores, mas apenas terminamos e iniciamos novos atos da grande peça chamada VIDA. Mas, na verdadeira vida não existe acaso. E muito menos numa tragédia como essa e outras que virão ainda!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva

domingo, 21 de setembro de 2008

OS TRÊS NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO OU GOVERNO DE SI MESMO

Já dizia Platão há milhares de anos: “Tente mudar (ou transformar) o mundo – o primeiro passo será mudar (ou transformar) a si mesmo”. Vivemos numa sociedade moderna onde o grande paradigma é se adaptar as mudanças velozes do mundo. Consciente ou inconscientemente a maioria dos indivíduos procura se adaptar a um modo predominante de ser e de poder. Raros são aqueles que seguem um caminho próprio fora do grande circuito competitivo de ser melhor, maior, superior etc. Vivemos empurrados por uma grande onda do inconsciente coletivo – uma espécie de Tsunami psicológico de valores sociais e culturais. E nesse processo não conseguimos ver ou perceber a onda que nos domina e nos faz caminhar sem rumo, sem consciência da multi-realidade cósmica. Assim, cada um quer encontrar um governo eficiente para o outro, mas esquece de aprender a governar eficientemente a si mesmo. Nesse sentido, agimos num campo de energias poderosas que se entrechocam continuamente afetando a todos. A vida social moderna é também o resultado de entrechoques de energias em processo de transformação e criação. E como não conseguimos ver essas energias procuramos logicamente dar uma solução para os problemas que inevitavelmente surgem a cada decisão inconsciente que tomamos. E com a visão reduzida atribuímos as crises, que criamos e participamos, a falta de administração e controle da vida. Mas, a vida não é uma fábrica, um clube ou um empreendimento qualquer. Ela não segue a nenhum modelo de comportamento e organização. A vida é um resultado de forças, energias e estados de consciência as quais se alteram, combinam ou se chocam continuamente. Mas, mesmo assim podemos, por uma questão didática, identificar três níveis básicos de sua manifestação ontológica: alto (estratégico), médio (tático) e baixo (operacional). O nível alto ou estratégico da vida diz respeito ao plano ontológico-espiritual onde as decisões tomadas valem para uma vida inteira ou várias encarnações de realização transcendental. O nível médio ou tático diz respeito ao plano psicológico-social onde as decisões tomadas valem para uma determinada fase ou etapa de nossa vida de realização mental-cultural. E o nível baixo ou operacional diz respeito, por sua vez, ao plano biológico onde as decisões valem principalmente para estabelecer um estado de prazer, equilíbrio e saúde física. Esses três níveis se interligam sutilmente permitindo uma unidade ou fragmentação, harmonia ou desarmonia, transcendência ou estagnação. Nesse sentido, a energia que nos faz infeliz é a mesma que pode nos fazer feliz, basta que tenhamos consciência do processo de administração ou governo de nossas realidades e energias em seus domínios específicos e interiores. Por isso mesmo que Gandhi sabiamente afirmou: “Aquele que não sabe governar [ou administrar] a si mesmo, não sabe governar [ou administrar] ninguém”. Nesse momento, em que somos convocados para escolhermos os futuros governantes municipais, devemos refletir e olhar cada um dos candidatos e vermos se de fato eles sabem governar suas próprias personalidades. Ou seja, se sabem governar seus egos, serão bons governantes, caso contrário seus governos serão réplicas fiéis de suas ingovernabilidades interiores - um desastre!
Prof. Bernardo Melgaço a Silva – bernardomelgaco@hotmail.com – (88)92019234

ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS UFF P24


ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS UFF P24


ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS UFF P25


ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIAS UFF P26


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

UNIVERSOS PARALELOS: A CASA DO MEU PAI TEM VÁRIAS MORADAS (JESUS CRISTO)?



Por muito tempo a ciência evitou que suas premissas tivessem alguma aproximação ou nenhuma semelhança com outras experiências e saberes considerados não-científicos tais como: místicos, espíritas, religiosos, esotéricos etc. Nesse contexto, o mundo visto pela ciência era bem objetivo, tangível, mensurável, concreto, visível, funcional e racional. E é tão verdade que o grande cientista Max Planck chegou afirmar no início do século XX: “O real é o mensurável”. E assim tudo que era diferente dessas “qualidades materiais da realidade” era visto como uma alienação, um devaneio ou uma ilusão coletiva. E quem pronunciasse algo fora desse quadro da realidade, demonstrada tecnicamente, era considerado um louco, uma pessoa leiga e inocente por acreditar em fenômenos “fantasiosos” (tais como fantasmas, espíritos, almas do outro mundo etc). A recomendação que se fazia aos acadêmicos era de se ter uma atitude e visão centrada nas regras de observação e experimentação lógica, ou seja, o mundo descoberto e confirmado pela ciência. Mas, de uns cinqüenta anos para cá as coisas vem mudando. Assim, inevitavelmente a ciência moderna, que surgiu a partir do século XX, se aproxima dos fenômenos que antes pertenciam ao mundo visto por pessoas simples, leigas, místicas, religiosas, teosóficos, espiritualistas etc. É o caso das chamadas REALIDADES PARALELAS. A TV BBC lançou recentemente um documentário mostrando o que se passou por trás dos bastidores das grandes mentes e teorias que disputavam a supremacia de apontar a origem da matéria e do universo. Durante décadas cinco importantes teorias competiram entre si para provarem que a matéria deve ser vista como um processo sutil e vibracional (teoria das CORDAS) que acontece em níveis profundos e entre realidades paralelas. Ou seja, a realidade que experimentamos, segundo essas teorias, na verdade (se quisermos acreditar na ciência moderna) é conseqüência de fenômenos energéticos que acontecem em faixas de freqüência fora do campo de percepção dos sentidos humanos. E que essa realidade objetiva que nos sentimos pertencentes a ela, em suas três dimensões, na verdade faz parte de um sistema de onze realidades que se comunicam e interagem continuamente em movimentos de “partículas” e “anti-partículas” ultra-velozes (superiores ao da velocidade da luz). Assim, nosso corpo e tudo mais que nos cerca faz parte desse grande e espetacular processo de criação de realidades. Em outras palavras, não existe uma única realidade e nem um único universo, mas um multi-universo e uma multi-realidade. A experiência do acelerador de partículas (de 27 Km de extensão!) que se está montando na fronteira da Suíça com a França é em verdade a tentativa de provar a hipótese de que existe uma “partícula” fundamental (Bóson de Higgs) que somente é possível de captá-la quando provocamos um mini big-bang (a grande explosão cósmica que deu origem a todos os universos). Em 1988 tive a felicidade de vivenciar uma realidade paralela (numa outra dimensão da vida). E foi extremamente difícil para mim falar dentro da academia onde estudava (mestrado e doutorado – poucos foram os que aceitaram e respeitaram o que eu vi) desse fenômeno porque me sentia constrangido com o olhar de meus colegas de pesquisa. Hoje, sinto-me a vontade em dizer: A realidade é como uma cebola, pois tem várias camadas! Ou seja, A CASA DO MEU PAI TEM VÁRIAS MORADAS SIM!
Prof. Bernardo Melgaço da Silva (88) 9201-9234 – bernardomelgaco@hotmail.com

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA


(TEXTO ENVIADO E LIDO NO PROGRAMA ETC DA TV APARECIDA)

Como esclarecer a população dos caminhos políticos imorais se em muitas universidades e escolas a política perde o seu caráter científico e se torna ideologia (doutrina)? A política devia ser tratada como uma ciência e seu estudo deveria ser obrigatório em todas as escolas e universidades. Eu já fui professor de ciência política no Rio de Janeiro e sei por teoria e prática a complexidade desse objeto de estudo que envolve conhecimentos de história, sociologia, ética, filosofia etc. O “povão” (e muitos intelectuais também) está muito distante dessa compreensão do que seja de fato ‘participação política”. Um político eticamente correto deveria ter legitimidade e legalidade. A questão da legalidade se torna complexa porque existem muitos modos de transformar o ilegal em legal, o ilegítimo em legítimo. Além disso, poucos sabem de fato distinguir a crítica do ataque. Criticar não é simplesmente atacar e acabar com a imagem do outro. A crítica implica conhecimento e experiência do contexto. Mas, infelizmente a política se torna um palco de ataque e baixaria sem discussão científica dos fatos sociais e sem filosofia do que se diz.
Bernardo Melgaço da Silva

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

'Máquina do Fim do Mundo' entra em funcionamento10/09/2008 02:01

'Máquina do Fim do Mundo' entra em funcionamento10/09/2008 02:01


"Depois de 14 anos de muito trabalho e custando quase US$ 10 bilhões, o maior acelerador de partículas entrou em funcionamento. E o primeiro experimento já está sendo realizado.
O Large Hadron Collider (LHC), localizado em Genebra, na Suíça, teve a participação de mais de 10 mil colaboradores de 111 países, incluindo mais de mil cientistas americanos.

O principal experimento do LHC é bastante simples: através do seu túnel de 27 km localizado a 90 metros abaixo da superfície, serão enviados prótons à velocidade da luz, que colidirão em uma explosão espetacular, criando uma situação muito semelhante à existente após o Big Bang (considerado o "nascimento" do Universo).




Obviamente tudo isso é microscópico - exceto a energia envolvida nessa experiência: a explosão gerará 14 trilhões de volts, e o experimento consumirá 120 megawatts, suficiente para iluminar 40 mil casas.



Essa micro-explosão cinematográfica criará um buraco negro microscópico e instável, que desaparecerá alguns segundos depois. Entre as novidades que podem ser descobertas com esse experimento, estão a matéria negra, outras dimensões, a "partícula de Deus", entre outras.





Essa micro-explosão cinematográfica criará um buraco negro microscópico e instável, que desaparecerá alguns segundos depois. Entre as novidades que podem ser descobertas com esse experimento, estão a matéria negra, outras dimensões, a "partícula de Deus", entre outras.




Essa micro-explosão cinematográfica criará um buraco negro microscópico e instável, que desaparecerá alguns segundos depois. Entre as novidades que podem ser descobertas com esse experimento, estão a matéria negra, outras dimensões, a "partícula de Deus", entre outras".
http://www.baboo.com.br/msn08/content.asp?z=300&id=32897













segunda-feira, 8 de setembro de 2008

RESUMÃO (A8, A9 E A10) COLETA DE DADOS IMTC URCA

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
DISCIPLINA INTRODUÇÃO À METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO – IMTC
PROF. BERNARDO MELGAÇO DA SILVA
COLETA DE DADOS – “RESUMÃO” (APOSTILAS A8, A9 e A10)

A CONSTRUÇÃO DO FATO CIENTÍFICO (FATO, JUÍZO E VALOR)

“A realidade científica não é, pois, a realidade espontânea e passivamente observada. É uma realidade construída. Um fato só tem significado científico quando é transposto de maneira a poder oferecer-nos características objetivas, mensuráveis. A construção científica do fato geralmente consiste em imaginar uma série de artifícios técnicos, a fim de transpor a observação para o campo visual e espacial. Por exemplo: a sensação muscular do peso, subjetiva e imprecisa, é substituída pela apreciação visual da posição da agulha da balança. A “força” é medida pelo alongamento comunicado a uma mola. A ciência da eletricidade só se desenvolveu em virtude de técnicas que empregam a eletricidade na produção de efeitos mensuráveis no espaço ( o deslocamento da agulha do amperímetro, do galvanômetro, os produtos da eletrólise medidos por meio da balança). A temperatura torna-se um fato científico quando não é mais sentida pela epiderme, mais lida no termômetro. Mesmo partindo de um exemplo tão simples, podemos apreciar toda a distância que separa o “vivido” imediato do “conhecido” científico.
...A ciência substitui o mundo percebido pelo mundo construído. E esta construção é simultaneamente conceitual e técnica. Ela vai desde as técnicas mais abstratas do matemático às manipulações concretas do experimentador. Quanto mais a ciência progride, mais o fato científico se distancia do fato bruto, isto é, do fato tal como é dado à percepção vulgar. Assim é que, por exemplo, as imagens fornecidas pelos telescópios são registradas por câmaras. O mínimo ponto luminoso por eles captado é submetido às técnicas sempre mais complexas da espectografia. O olhar profano [leigo] não compreenderia coisa alguma do espectro produzido pela decomposição da luz originária dos corpos siderais.
....O universo da ciência ampliou de maneira prodigiosa o universo da percepção. O diâmetro de um átomo possui alguns dez milionésimos de milímetro, ao passo que o de nossa galáxia atinge cem mil anos-luz (o ano-luz é a distância percorrida pela luz no decorrer de um ano, com a velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo). Desse modo, o mundo científico, objetivo é um mundo transposto e reconstruído através de toda uma rede de manipulações técnicas e operações intelectuais. É quase como se o fato fosse construído pelo sábio” (HUISMAN & VERGEZ, 1968 , pp.122-125).


2. O REALISMO INGÊNUO

A mudança de natureza da sensibilidade e a conseqüente leitura de novos princípios superiores proporcionará ao homem a construção qualitativa de imagens reais do mundo como resultado do melhoramento das imagens reais de nós mesmos. Vejamos o que diz Bertrand Russell (apud EINSTEIN, 1981):

"Começamos todos com o realismo ingênuo, quer dizer, com a doutrina de que os objetos são assim como parecem ser. Admitimos que a erva é verde, que a neve é fria e que as pedras são duras. Mas a física nos assegura que o verde das ervas, o frio da neve e a dureza das pedras não são o mesmo verde, o mesmo frio e a mesma dureza que conhecemos por experiência, mas algo totalmente diferente. O observador que pretende observar uma pedra, na realidade observa, se quisermos acreditar na física, as impressões das pedras sobre ele próprio. Por isto a ciência parece estar em contradição consigo mesma; quando se considera extremamente objetiva, mergulha contra a vontade na subjetividade. O realismo ingênuo conduz à física, e a física mostra, por seu lado, que este realismo ingênuo, na medida em que é conseqüente, é falso. Logicamente falso, portanto falso" (p.46).


DESCARTES (1935) era consciente dessa relação (entre sensibilidade e valor). Assim ele diz:
"Era meu constante desejo aprender a distinguir o verdadeiro do falso, para ver claro nas minhas ações e proceder com segurança nesse sentido.
[...] Mas , depois de ter empregado alguns anos em estudar dessa forma no livro do mundo, em procurar adquirir um pouco de experiência, tomei um dia a resolução de estudar em mim mesmo e de empregar todas as forças da minha mente em escolher o caminho a seguir: e me saí melhor, parece, do que se nunca me tivesse afastado do meu país e dos meus livros" (p.18).

Continuemos a analisar o pensamento de Descartes:

"Minha terceira máxima consistia em procurar sempre vencer antes a mim do que a fortuna, em mudar antes os meus desejos do que a ordem do mundo e, de um modo geral, em habituar-me a acreditar que não há nada que esteja tanto em nosso poder como os nossos pensamentos, de maneira que, depois de têrmos feito todo o possível no que diz respeito às coisas que nos são exteriores, tudo o mais que não conseguimos, a nosso respeito, é absolutamente impossível" (p. 36).

A consciência do homem está relacionada aos princípios intrínsecos de desenvolvimento da percepção física e metafísica. O movimento e a evolução desses princípios acarretam uma mudança de percepção, fazendo com que a percepção se volte sobre si mesma. Esse "giro" de percepção pode engendrar um novo estado de sensibilidade ou um novo ângulo de visão em nosso estado psicológico.

"É no exercício da mente que está o nó da questão. A mente humana é aparentemente um instrumento que pode ser empregado em duas direções. Uma é para o exterior: A mente, ao funcionar neste modo, registra os nossos contactos com o mundo físico e o mundo mental em que vivemos, e reconhece as condições emotivas e sensoriais. É o registrador e o que correlaciona as nossas sensações, reações e tudo o que lhe é transmitido por intermédio dos cinco sentidos e do cérebro. É um campo de conhecimento que foi largamente estudado e os psicólogos fizeram grandes avanços na compreensão dos processos de mentalização. "Pensar", diz-nos o Dr.Jung, "é uma das quatro funções psicológicas básicas. É esta função psicológica que, de acordo com as suas próprias leis, modela as representações dadas em suas conexões conceituais. É uma atividade perceptiva, tanto passiva como ativa. O pensamento ativo é um ato de vontade, o pensamento passivo uma ocorrência".
Como veremos mais tarde, é o aparelho do pensamento que está envolvido na meditação e que deve ser treinado para acrescentar a esta primeira função da mente a capacidade de se voltar para outra direção, e de registrar com igual facilidade o mundo interno e intangível. Esta habilidade para reorientar-se permitirá à mente registrar o mundo das realidades subjetivas, das percepções intuitivas e das idéias abstratas.
O problema que hoje se põe para a família humana, no domínio da ciência e da religião, resulta do fato que o seguidor de uma e de outra descobre se encontrar no limiar dum mundo metafísico" (BAILEY, 1984, pp.14-15).


Em cada período histórico específico a ciência avança e assim modifica sua maneira de ser. Ela altera a:
a) Percepção;
b) Linguagem
c) Atitude.

O mundo teórico e conceitual interage com a realidade empírica surgindo, portanto, novas teorias refinadas e novas técnicas de captação de dados da realidade.


3.1 MEIOS & INSTRUMENTOS

3.1.1 MEIOS

“”Meios” são vias de ação que têm, pelo menos, alguma eficácia para o alcance do objetivo. Uma via de ação pode implicar no uso de objetos; por exemplo, o uso de uma régua para medir o comprimento de uma prancha. Objetos utilizados dessa forma são instrumentos. Uma régua é um instrumento, mas o uso de uma régua é um meio. É importante lembrar que meios são padrões de comportamento utilizáveis na obtenção de objetivos” (ACKOFF, 1967, p. 19).

3.1.2 INSTRUMENTOS

“Instrumentos, por outro lado, não são, necessariamente, objetos; podem ser conceitos ou idéias. Por exemplo, uma fórmula matemática, uma definição científica, uma linguagem e imagens mentais são instrumentos. Um instrumento é qualquer objeto, conceito, idéia, ou imagem que possa ser eficientemente adotado na perseguição de um objetivo” (ACKOFF, 1967, p. 19).

3.2 PROCESSOS

3.2.1 PROCESSO COMUNICATIVO

“Cientistas sociais têm mostrado interesse pelo processo, do ponto de vista das interações entre indivíduos e ambientes; em outras palavras, inclinaram-se [incialmente] em conceituar a investigação como um processo comunicativo.
...Há quatro elementos que se comunicam: (1) o interessado na pesquisa; (2) o cientista; (3) o observador; e (4) o observado. Não se trata necessariamente, de quatro indivíduos distintos; os elementos representam papéis na comunicação. Muitos ou todos esses papéis podem ser desempenhados por uma só pessoa. Por exemplo, o cientista é, frenqüentemente, seu próprio observador; pode ser também o interessado na pesquisa. De outra parte, cada papel pode ser representado por um grupo social. Por exemplo, o grupo dirigente de uma agremiação cívica pode patrocinar pesquisa levada a efeito por uma instituição a propósito de alguma característica da população de uma cidade. O importante é notar que, sem consideração do número de pessoas em causa, seja uma ou sejam milhões, esses papéis de comunciação surgem em todas as investigações.
As operações de comunicação abrangem (1) transmissão do problema; (2) treino e supervisão dos observadores; (3) estímulo do observado; (4) resposta do observado; (5) registro e veiculação das respostas; e (6) relatório a propósito da solução recomendada para o problema. Na pesquisa social, o “observado”é, geralmente, um ser animado, capaz de comunicação e chamado sujeito ou entrevistado [ou “agente social”]” (ACKOFF, 1967, p.12).


MÉTODOS E TÉCNICAS
“As técnicas em uma ciência são os meios corretos de executar as operações de interesse de tal ciência. O treinamento científico reside, em grande parte no domínio destas técnicas.
Ocorre, entretanto, que certas técnicas são utilizadas por inúmeras ciências ou, ainda, por todas elas.
O conjunto destas técnicas gerais constitui o método. Métodos são, portanto, técnicas suficientemente gerais para se tornarem procedimentos comuns a uma área das ciências ou a todas as ciências.
Existe, pois, um método fundamentalmente idêntico para todas as ciências. Compreende um certo número de procedimentos ou operações científicas levadas a efeito, em qualquer tipo de pesquisa. Os procedimentos (...) podem ser resumidos da seguinte maneira:
a) formular questões ou propor problemas e levantar hipóteses;
b) efetuar observações e medidas;
c) registrar tão cuidadosamente quanto possível, os dados observados com o intuito de responder às perguntas formuladas ou comprovar a hipótese levantada;
d) elaborar explicações ou rever conclusões, idéias ou opiniões que estejam em desacordo com as observações ou com as respostas resultantes;
e) generalizar, isto é, estender as conclusões, obtidas a todos os casos que envolvem condições similares; a generalização é tarefa do processo chamado indução;
f) prever ou predizer, isto é, antecipar que, dadas certas condições, é de se esperar que surjam certas relações.
O método se adapta, entretanto, às diversas ciências, na medida em que a investigação de seu objeto impõe ao pesquisador lançar mão de técnicas especializadas. ” (CERVO & BERVIAN, 1977, pp.39-40).



AS TÉCNICAS DE COLETA

“Coleta dos Dados - Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.
É tarefa cansativa e toma, quase sempre, mais tempo do que se espera. Exige do pesquisador paciência, perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom preparo anterior.
...São vários os procedimentos para a realização da coleta de dados, que variam de acordo com as circunstâncias ou com o tipo de investigação. Em linhas gerais, as técnicas de pesquisa são:
1. Coleta Documental.
2. Observação.
3. Entrevista.
4. Questionário.
5. Formulário.
6. Medidas de Opiniões e de Atitudes.
7. Técnicas Mercadológicas.
8. Testes.
9. Sociometria.
10. Análise de Conteúdo.
11. História de Vida” (MARCONI & LAKATOS, 1986, p.30).

“A coleta de dados apóia-se numa gama de técnicas cada uma das quais satisfazendo a regras próprias de utilização. Várias técnicas podem e devem freqüentemente ser empregadas numa mesma pesquisa para reunir um feixe de dados ao mesmo tempo disponíveis, acessíveis e conformes a seu objeto de investigação.
A escolha das informações a serem colhidas e a organização de sua coleta, inscrevendo-se na abordagem global da pesquisa, pressupõem de algum modo os elementos de interpretação e de explicação possíveis dos fatos que elas constituirão. Por conseguinte, um dado nunca é “verdadeiro” em si e só tem utilidade ou pertinência em relação com uma problemática, com uma teoria e com uma técnica, em suma, com uma pesquisa.
...Independentemente das regras específicas a cada procedimento, a coleta de dados obedece essencialmente a critérios de fidelidade e de validade, além de critérios de qualidade (exatidão, precisão de dados) e de eficiência (custo da informação). Sua validade levanta questões de natureza epistemológica sobre o valor dos processos de coleta e dos próprios dados; ela remete às transformações técnicas da informação; ela pode ser controlada de um ponto de vista puramente técnico pela colocação em correspondência dos resultados obtidos com aqueles fornecidos por outros processos experimentados. A fidelidade da coleta significa rigor no emprego do processo. O “coeficiente de fidelidade”de uma técnica será determinado, por exemplo, “estabelecendo uma correlação entre duas séries de medidas tomadas com o mesmo instrumento sobre uma mesma amostra, ou colocando em correlação duas séries de medidas feitas sobre os mesmos sujeitos por observadores diferentes”. Em suma, testa-se a exatidão dos instrumentos utilizados, sua invariância.
Três modos de coleta serão descritos, sucintamente com seus principais usos e as características mais importantes de seu emprego: as pesquisas por entrevista e questionário, as observações direta e participante, as análises documentais” (BRUYNE & HERMAN & SCHOUTHEETE, 1977, pp.209-210).



A ENTRADA NO CAMPO
Vários são os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo inviabilizar essa etapa da pesquisa. Sobre isso, faremos algumas considerações. Em primeiro lugar, devemos buscar uma aproximação com as pessoas da área selecionada para o estudo. Essa aproximação pode ser facilmente facilitada através do conhecimento de moradores ou daqueles que mantém sólidos laços de intercâmbio com os sujeitos a serem estudados. De preferência, deve ser uma aproximação gradual, onde cada dia de trabalho seja refletido e avaliado, com base nos objetivos preestabelecidos. É fundamental consolidarmos uma relação de respeito efetivo pelas pessoas e pelas suas manifestações no interior da comunidade pesquisada.
Em segundo lugar, destacamos como importante a apresentação da proposta de estudo aos grupos envolvidos. Trata-se de estabelecermos uma situação de troca. Os grupos devem ser esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e as possíveis repercussões favoráveis advindas do processo investigativo. É preciso termos em mente que a busca das informações que pretendemos obter está inserida num jogo cooperativo, onde cada momento é uma conquista baseada no diálogo e que foge à obrigatoriedade. Com isso, queremos afirmar que os grupos envolvidos não são obrigados a uma colaboração sob pressão. Se o procedimento se dá dentro dessa forma, trata-se de um processo de coerção que não permite a realização de uma efetiva interação.
A relação com os atores no campo, como observa Zaluar (1985), implica no ato de cultivarmos em envolvimento compreensivo, com uma participação marcante em seus dramas diários. A autora citada diferencia essa posição de uma ação paternalista e não respeitosa para com as pessoas envolvidas no estudo.
Outro aspecto por nós destacado se refere à postura do pesquisador em relação à problemática a ser estudada. Às vezes o pesquisador entra em campo considerando que tudo que vai encontrar serve para confirmar o que ele considera já saber, ao invés de compreender o campo como possibilidade de novas revelações. Esse comportamento pode dificultar o diálogo com os elementos envolvidos no estudo na medida em que permite posicionamentos de superioridade e de inferioridade frente ao saber que se busca entender. Além disso, esse procedimento também gera constrangimentos entre pesquisador e grupos envolvidos, podendo implicar no surgimento de falsos depoimentos e propiciando uma posição de defesa das idéias e valores desses grupos.
Por último, somos da opinião que a opção pelo trabalho de campo pressupõe um cuidado teórico-metodológico com a temática a ser explorada, considerando que o mesmo não se explica por si só. Afirmamos isso por acreditarmos que a atividade de pesquisa não se restringe ao uso de técnicas refinadas para obtenção de dados. Assim, sublinhamos a idéia de que a teoria informa o significado dinâmico daquilo que ocorre e que buscamos captar no espaço em estudo.
Para conseguirmos um bom trabalho de campo, há necessidade de se ter uma programação bem definida de suas fases exploratórias e de trabalho de campo propriamente dito. É no processo desse trabalho que são criados e fortalecidos os laços de amizade, bem como os compromissos firmados entre o investigador e a população investigada, propiciando o retorno dos resultados alcançados para essa população e a viabilidade de futuras pesquisas.


CONSOLIDANDO O TRABALHO DE CAMPO
A plena realização de um trabalho de campo requer, como vimos anteriormente, várias articulações que devem ser estabelecidas pelo investigador. Uma dessas diz respeito à relação entre a fundamentação teórica do objeto a ser pesquisado e o campo que se pretende explorar. A compreensão desse espaço da pesquisa não se resolve apenas por meio de um domínio técnico. É preciso que tenhamos uma base teórica para podermos olhar os dados dentro de um quadro de referências que nos permite ir além do que simplesmente nos está sendo mostrado.
Concordamos com Cardoso (1986) sobre a relevância que deve ser dada ao trabalho de campo e sobre o respeito pelo dado empírico. Na visão da autora citada, por melhor que seja a captação da realidade vivida, faz-se necessário um compromisso teórico-metodológico. A ênfase que devemos dar à dimensão teórico-metodológica nos permite fugir do que podemos denominar mito da técnica.
Nesse sentido, uma pesquisa não se restringe à utilização de instrumentos apurados de coleta de informações para dar conta de seus objetivos. Para além dos dados acumulados, o processo de campo nos leva à reformulação dos caminhos da pesquisa, através das descobertas de novas pistas. Nessa dinâmica investigativa, podemos nos tornar agentes de mediação entre a análise e a produção de informações, entendidas como elos fundamentais. Essa mediação pode reduzir um possível desencontro entre as bases teóricas e a apresentação do mateiral de pesquisa.
Outra articulação necessária se refere à interação entre o pesquisador e os atores envolvidos no trabalho. Nesse processo, mesmo partindo de planos desiguais, ambas as partes buscam uma compreensão mútua. O objetivo prioritário do pesquisador não é ser considerado um igual, mas ser aceito na convivência. Esse interagir entre pesquisador e pesquisados, que não se limita às entrevistas e conversas informais, aponta para a compreensão da fala dos sujeitos em sua ação.
Por meio dessa compreensão somos capazes de entender melhor os aspectos rotineiros, as relevâncias, os conflitos, os rituais, bem como a delimitação dos espaços público e privado. Essas considerações baseiam-se no pressuposto de que os entrevistados não são ingênuos espectadores, nem subjetividades ao acaso ou atores não-críticos.
Paralelamente às articulações a serem observadas, surge como necessário, para nossa ação de pesquisa, o delineamento de algumas estratégias. Sobre o registro das falas dos atores sociais que participam da investigação, observamos que é possível trabalharmos com um sistema de anotação simultânea da comunicação ou fazermos uso de gravações.
Fotografias e filmagens se apresentam também como recursos de registro aos quais podemos recorrer. Esse registro visual amplia o conhecimento do estudo porque nos proporciona documentar momentos ou situações que ilustram o cotidiano vivenciado.
O uso da filmagem nos permite reter vários aspectos do universo pesquisado, tais como: as pessoas, as moradias, as festas e as reuniões. Essa técnica de documentação, que lida com os planos da imagem e da comunicação, vem sendo cada vez mais difundida. Com isso, não estamos dizendo que um bom trabalho de pesquisa deva ficar limitado ao registro visual, mas afirmamos que esse registro assume um papel complementar ao projeto como um todo. Porém, nada substitui o olhar atento de um pesquisador de campo ao evasivo próprio da realidade das relações sociais.
Dentro da idéia de registro dos dados, destacamos o uso do diário de campo. Como o próprio nome já diz, esse diário é um instrumento ao qual recorremos em qualquer momento da rotina do trabalho que estamos realizando. Ele, na verdade, é um "amigo silencioso"que não pode ser subestimado quanto à sua importância. Nele diariamente podemos colocar nossas percepções, angústias, questionamentos e informações que não são obtidas através da utilização de outras técnicas.
O diário de campo é pessoal e intransferível. Sobre ele o pesquisador se debruça no intuito de construir detalhes que no seu somatório vai congregar os diferentes momentos da pesquisa. Demanda um uso sistemático que se estende desde o primeiro momento da ida ao campo até a fase final da investigação. Quanto mais rico for em anotações esse diário, maior será o auxílio que oferecerá à descrição e à análise do objeto estudado.
O trabalho de campo, em síntese, é fruto de um momento relacional e prático: as inquietações que nos levam ao desenvolvimento de uma pesquisa nascem no universo do cotidiano. O que atrai na produção do conhecimento é a existência do desconhecido, é o sentido da novidade e o confronto com o que nos é estranho. Essa produção, por sua vez, requer sucessivas aproximações em direção ao que se quer conhecer. E o pesquisador, ao se empenhar em gerar conhecimentos, não pode reduzir a pesquisa à denüncia, nem substituir os frupos estudados em suas tarefas político-sociais"1. (CRUZ NETO, 1994, pp. 51-648).


UNIVERSO E AMOSTRA

AMOSTRAGEM

“Quando se deseja colher informações sobre um ou mais aspectos de um grupo grande ou numeroso, verifica-se, muitas vezes, ser praticamente impossível fazer um levantamento do todo. Daí a necessidade de investigar apenas uma parte dessa população ou universo. O problema da amostragem é, portanto, escolher uma parte (ou amostra), de tal forma que ela seja a mais representativa possível do todo e, a partir dos resultados obtidos, relativos a essa parte, poder inferir, o mais legitimamente possível, os resultados da população total, se esta fosse verificada.
Conceituando:

a) Universo ou população: é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum. Sendo N o número total de elementos do universo ou população, o mesmo pode ser representado pela letra latina maiúscula X, tal que XN = X1; X2; ...; Xn.

b) Amostra: é uma porção ou parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo. Sendo n o número de elementos da amostra, a mesma pode ser representada pela letra latina minúscula x, tal que xn = x1; x2; ...; xn onde xn XN e n N.

O universo ou população de uma pesquisa depende do assunto a ser investigado, e a amostra, porção ou parcela do universo, que realmente será submetida à verificação, é obtida ou determinada por uma técnica específica de amostragem.
Há duas grandes divisões no processo de amostragem (determinação da amostra a ser pesquisada): a probabilista e a não-probabilista.






AMOSTRAGEM PROBABILISTA

[5.1.1]...Aleatória Simples
[5.1.2]...Sistemática
[5.1.3]...Aleatória de Múltiplo Estágio
[5.1.4]...Por área
[5.1.5]...Por conglomerados ou Grupos
[5.1.6]...De Vários Degraus ou Estágios Múltiplos
[5.1.7]...De Fases Múltiplas, Multifásicas ou em Várias Etapas
[5.1.8]...Estratificada
[5.1.9]...Amostra-tipo, Amostra Principal, Amostra “a priori”ou Amostra-padrão

AMOSTRAGEM NÃO-PROBABILISTA

[5.2.1]...Intencional
[5.2.2]...Por “Juris”
[5.2.3]...Por Tipicidade
[5.2.4]...Por Quotas” (MARCONI & LAKATOS, 1986, pp. 37-48).

“Trata-se de definir toda a população amostral. Entenda-se aqui por população não o número de habitantes de um local, como é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo), que possuem as características que serão objeto de estudo. População amostral ou amostra é uma parte do universo (população), escolhida segundo algum critério de representatividade.
Existem dois tipos de amostra: probabilística, baseada em procedimentos estatísticos, e não probabilística. Da amostra probabilística são aqui destacadas a aleatória simples, a estratificada e a por conglomerado. Da amostra não probabilística, destacam-se aqui aquelas selecionadas por acessibilidade e por tipicidade. Eis como podemos entendê-las:
a . aleatória simples: cada elemento da população tem uma chance determinada de ser selecionado. Em geral, atribui-se a cada elemento da população um número e depois faz-se a seleção aleatoriamente, casualmente:
b. estratificada: seleciona uma amostra de cada grupo da população, por exemplo, em termos de sexo, idade, profissão e outras variáveis. A amostragem estratificada pode ser proporcional ou não. A amostra proporcional define para a amostragem a mesma proporção observada na população, com referência a uma propriedade. Por exemplo: suponhamos que, na população global de mestrandos, 65% tenham 21 e 34 anos e 35% tenham entre 35 e 45 anos. A amostra deverá obedecer a essa proporção no que se refere à idade dos mestrandos;
c. por conglomerados: seleciona conglomerados, entendidos esses como empresas, edifícios, famílias, quarteirões, universidades e outros elementos. É indicada quando a identificação dos elementos da amostra é muito difícil, quando a lista de tais elementos é pouco prática;
d. por acessibilidade: longe de qualquer procedimento estatístico, seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles;
e. por tipicidade: constituída pela seleção de elementos que o pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo conhecimento dessa população.
Existem outros tipos de amostra e facilmente você poderá descobri-los. Aqui, destaco os exemplos fornecidos por Flávio Murilo Oliveira de Gouvêa e por Vera Lúcia de Almeida Corrêa, respectivamente:
· Título do projeto:
Adoção de propriedades municipais por empresas - o caso da Praia de Copacabana
Universo e amostra:
O universo da pesquisa estará referido aos grupos diretamente envolvidos na formulação, implementação e análise da adoção de propriedades municipais por empresas, além de usuários. Com relação a estes, o tipo de amostragem utilizada será a estratificada não proporcional, que parece ser a mais adequada no presente caso.
· Título do projeto
Sistema alternativo e sistema convencional de ensino: uma análise de custo-eficiência
Universo e amostra:
No Município de Porto Alegre, no período 1985/1988, foram implantados 19 Centros Integrados de Educação Municipal - CIEMS - sendo cinco especiais, isto é, dedicados ao atendimento escolar de crianças excepcionais. Dos 14 restantes, três estão localizados em Vila Restinga, onde é alta a concentração da população de baixa renda. Para compor a amostra aleatória simples da pesquisa, selecionou-se o CIEM Larry José Ribeiro Alves, localizado naquela Vila.
No Município do Rio de Janeiro, a proposta de construção de 500 Centros Integrados de Educação Pública - CIEPs - não foi alcançada. Segundo dados da Unicamp (1989), há 124 CIEPs em funcionamento. Desses, somente o do bairro do Catete permanece com a proposta original. Assim, ele foi selecionado para compor a amostra.
Para a comparação com as escolas convencionais, buscaram-se aquelas que apresentassem alguma proposta em comum com os CIEPs/CIEMs. No Rio de Janeiro, existem três dessas escolas, a saber: Lúcia Miguel Pereira, em São Conrado, Golda Meir, na Barra da Tijuca, e Edmundo Bittencourt, em São Cristóvão. Escolheu-se esta última, que atende à população do conjunto habitacional Mendes de Morais, para também compor a amostra.
Por inexistir proposta semelhante no Município de Porto Alegre, optou-se por investigar, também no Rio de Janeiro, a Escola Municipal Lúcia Miguel Pereira, que atende a alunos da Favela da Rocinha.
Cabe aqui justificar o tamanho da amostra, com a opinião de Castro (1980, p.93)
(...) em uma rede escolar governamental, padronizada, com níveis fixos de salários e construções feitas segundo os mesmos módulos, a mera amostragem de uma ou duas escolas pode produzir estimativas de custos que tenham um grau suficiente de representatividade para esse tipo de escola”
(VERGARA, 1997, pp.48-50).


SELEÇÃO DOS SUJEITOS
“Sujeitos da pesquisa são as pessoas que fornecerão os dados de que você necessita. Às vezes, confunde-se com “universo e amostra”, quando estes estão relacionados com pessoas. Veja os exemplos de Denize Alves e de Andrea Ferraris Pignataro:
· Título:
Cultura da qualidade e qualidade de vida: as percepções dos trabalhadores inseridos em programas de qualidade
Seleção dos sujeitos:
“Os sujeitos da pesquisa serão os trabalhadores participantes de programas de qualidade, bem como assistentes sociais que trabalham em empresas que possuem programas de qualidade há mais de dois anos. Este tempo é relevante porque, de acordo com Falconi (1992), a cultura da qualidade, que insere novas técnicas de padronização e rotina de trabalho, no prazo máximo de dois a três anos pode oferecer à empresa excelentes resultados. Como as mudanças vão ocorrendo à medida que novos valores são disseminados, é necessário certo tempo para tal disseminação e absorção. Não é por outra razão que os sujeitos da pesquisa deverão estar vinculados a uma mesma empresa, no mínimo, há um ano.
· Título:
Informação Computadorizada: resistência, recuperação e disseminação
Seleção dos sujeitos:
Os sujeitos da pesquisa serão os técnicos em informática e funcionários não especialistas em informática, pertencentes à Diretoria de Administração e ao Centro de Informação Científica e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz” (VERGARA, 1997, pp.50-51).



ENTREVISTA E QUESTIONÁRIO

[4.1] “Entrevista

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.
Para Goode e Hatt (1969:237), a entrevista “consiste no desenvolvimento de precisão, fidedignidade e validade de um certo ato social como a conversação”.
Trata-se, pois, de uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistado, verbalmente, a informação necessária.
Alguns autores consideram a entrevista como o instrumento por excelência da investigação social. Quando realizado por um investigador exeriente, “é muitas vezes superior a outros sistemas, de obtenção de dados”, afirma Best (1972: 120).
A entrevista é importante instrumento de trabalho nos vários campos das ciências sociais ou de outros setores de atividades, como da Sociologia; da Antropologia, da Psicologia Social, da Política, do Serviço Social, do Jornalismo, das Relações Públicas, da Pesquisa de Mercado e outros.


...OBJETIVOS

A entrevista tem como objetivo principal a obtenção de informações do entrevistado, sobre determinado assunto ou problema.
Quanto ao conteúdo, Selltiz (1965:286-95) apresenta seis tipos de objetivos:

a) Averiguação de “fatos. Descobrir se as pessoas que estão de posse de certas informações são capazez de compreendê-las.
b) Determinação das opiniões sobre os “fatos”. Conhecer o que as pessoas pensam ou acreditam que os fatos sejam.
c) Determinação de sentimentos. Compreender a conduta de alguém através de seus sentimentos e anseios.
d) Descoberta de planos de ação. Descobrir, por meio das definições individuais dadas, qual a conduta adequada em determinadas situações, a fim de prever qual seria a sua.
As definições adequadas da ação apresentam em geral dois componenetes: os padrões éticos do que deveria ter sido feito e considerações práticas do que é possível fazer.
e) Conduta atual ou do passado. Inferir que conduta a pessoa terá no futuro, conhecendo a maneira pela qual ela se comportou no passado ou se comporta no presente, em determinadas situações.
f) Motivos conscientes para opiniões, sentimentos, sentimentos, sistemas ou condutas. Descobrir quais fatores podem influenciar as opiniões, sentimentos e conduta e por quê.

...TIPOS DE ENTREVISTAS

Há diferentes tipos de entrevistas, que variam de acordo com o propósito do entrevistador:

a) Padronizada ou Estruturada. É aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um formulário (ver mais adiante) elaborado e é efetuada de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano.
O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas”(Lodi, 1974:16).
O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas a determinada situação, de alterar a ordem dos tópicos ou de fazer outras perguntas.
b) Despadronizada ou não estruturada. O entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal.
Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1978: 110), apresenta três modalidades:
Entrevista focalizada. Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, são necessários habilidade e perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de conduta.
Entrevista clínica. Trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas. Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas específicas.
Não dirigida. Há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder.
Painel. Consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições.


...DIRETRIZES DA ENTREVISTA

A entrevista, que visa obter respostas válidas e informações pertinentes, é uma verdadeira arte, que se aprimora com o tempo, com treino e com experiência. Exige habilidade e sensibilidade; não é tarefa fácil, mas é básica.
Quando o entrevistador consegue estabelecer certa relação de confiança com o entrevistado, pode obter informações que de outra maneira talvez não fossem possíveis.
Para maior êxito da entrevista, devem-se observar algumas normas:

a) Contato inicial. O pesquisador deve entrar em contato com o informante e estabelecer, desde o primeiro momento, uma conversação amistosa, explicando a finalidade da pesquisa, seu objeto, relevância e ressaltar necessidade de sua colaboração. É importante obter e manter a confiança do entrevistado, assegurando-lhe o caráter confidencial de suas informações. Criar um ambiente que estimule e que leve o entrevistado a ficar à vontade e a falar espontânea e naturalmente, sem tolhimentos de qualquer ordem. A conversa deve ser mantida numa atmosfera de cordialidade e de amizade (rapport).
Mediante a técnica da entrevista, o pesquisador pode levar o entrevistado a uma penetração maior em sua própria experiência, explorando áreas importantes, mas não previstas no roteiro de perguntas.
O entrevistado pode falar, mas principalmente deve ouvir, procurando sempre manter o controle da entrevista.
b) Formulação de Perguntas. As perguntas devem ser feitas de acordo com o tipo da entrevista: padronizadas, obedecendo ao roteiro ou formulário preestabelecido; não padronizadas, deixando o informante falar à vontade e, depois, ajudá-lo com outras perguntas, entrando em maiores detalhes.
Para não confundir o entrevistado, deve-se fazer uma pergunta de cada vez e, primeiro, as que não tenham probabilidade de ser recusadas. Deve-se permitir ao informante restringir ou limitar suas informações. Toda pergunta que sugira resposta deve ser evitada.
c) Registro de Respostas. As respostas, se possível, devem ser anotadas no momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações. O uso do gravador é ideal, se o informante concordar com a sua utilização.
Anotação posterior apresenta duas incoveniências: falha de memória e/ou distorção do fato, quando não se guardam todos os elementos.
O registro deve ser feito com as mesmas palavras que o entrevistado usar, evitando-se resumi-las. Outra preocupação é o manter o entrevistador atento em relação aos erros, devendo-se conferir as respostas, sempre que puder. Se possível, anotar gestos, atitudes e inflexões de voz. Ter em mãos todo o material necessário para registrar as informações.
d) Término da Entrevista. A entrevista deve terminar como começou, isto é, em ambiente de cordialidade, para que o pesquisador, se necessario, possa voltar e obter novos dados, sem que o informante se oponha a isso.
Uma condição para o êxito da entrevista é que mereça aprovação por parte do informante.
e) Requisitos Importantes. As respostas de uma entrevista devem atender aos seguintes requisitos, apontados por Lodi (12:9): validade, relevância, especificidade e clareza, cobertura de área, profundidade e extensão.
Validade. Comparação com a fonte externa, com a de outro entrevistador, observando as dúvidas, incertezas e hesitações demonstradas pelo entrevistado.
Relevância. Importância em relação aos objetivos da pesquisa.
Especificidade e Clareza. Referência a dados, data, nomes, lugares, quantidade, percentagem, prazos etc., com objetividade. A clareza dos termos colabora na especificidade.
Profundidade. Está relacionada com os sentimentos, pensamentos e lembranças do entrevistado, sua intensidade e intimidade.
Extensão. Amplitude da resposta.


...Questionário

Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo.
Junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do recebedor, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo razoável.
Em média, os questionários expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução.
Selltiz (1965:281) aponta alguns fatores que exercem influência no retorno dos questionários: “O patrocinador, a forma atraente, a extensão, o tipo de carta que o acompanha, solicitando colaboração; as facilidades para seu preenchimento e sua devolução pelo correio; motivos apresentados para a resposta e tipo de classe de pessoas a quem é enviado o questionário”.


...PROCESSO DE ELABORAÇÃO

A elaboração de um questionário requer a observância de normas precisas, a fim de aumentar sua eficácia e validade. Em sua organização, devem-se levar em conta os tipos, a ordem, os grupos de perguntas, a formulação das mesmas e também “tudo aquilo que se sabe sobre percepção, esteriótipos, mecanismos de defesa, liderança etc.”(Augras, 1974: 143).
O pesquisador deve conhecer bem o assunto para poder dividi-lo, organizando uma lista de 10 a 12 temas [assuntos], e, de cada um deles, extrair duas ou três perguntas.
O processo de elaboração é longo e complexo: exige cuidado na seleção das questões, levando em consideração a sua importância, isto é, se oferece condições para a obtenção de informações válidas. Os temas escolhidos devem estar de acordo com os objetivos geral específico.
O questionário deve ser limitado em extensão e em finalidade. Se for muito longo, causa fadiga e desinteresse; se curto demais, corre o risco de não oferecer suficientes informações.
...Identificadas as questões, estas devem ser codificadas, a fim de facilitar, mais tarde, a tabulação.
Outro aspecto importante do questionário é a indicação da entidade ou organização patrocinadora da pesquisa. Por exemplo: CNPq.
Deve estar acompanhado por instruções definidas e notas explicativas, para que o informante tome ciência do que se deseja dele.
O aspecto material e a estética também devem ser observados: tamanho, facilidade de manipulação, espaço suficiente para as respostas, a disposição dos itens, de forma a facilitar a computação dos dados.

...O PRÉ-TESTE

Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização definitiva, aplicando-se alguns exemplares em uma pequena população escolhida.
A análise dos dados, após a tabulação, evidenciará possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões; ambigüidade ou linguagem inacessível; perguntas supérfluas ou que causam embaraço ao informante; se as questões obedecem a determinada ordem ou se são muito numerosas etc.
Verificadas as falhas, deve-se reformular o questionário, conservando, modificando, ampliando ou eliminando itens; explicitando melhor alguns ou modificando a redação de outros. Perguntas abertas podem ser transformadas em fechadas se não houver variabilidade de respostas.
O pré-teste pode ser aplicado mais de uma vez, tendo em vista o seu aprimoramento e o aumento de sua validez. Deve ser aplicado em populações com características semelhantes, mas nunca naquela que será alvo de estudo.
O pré-teste serve também para verificar se o questionário apresenta três importantes elementos:

a) Fidedignidade. Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados.
b) Validade. Os dados recolhidos são necessários à pesquisa.
c) Operacionalidade. Vocabulário acessível e significado claro.

O pré-teste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resultados.







...CLASSIFICAÇÃO DAS PERGUNTAS

Quanto à forma, as perguntas, em geral, são classificadas em três categorias: abertas, fechadas e de múltipla escolha.

a) Perguntas abertas. Também chamadas livres ou não limitadas, são as que permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir opiniões.
Possibilita investigações mais profundas e precisas; entretanto, apresenta alguns incovenientes: dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá redigi-la, o processo de tabulação, o tratamento estatístico e a interpretação. A análise é difícil, complexa, cansativa e demorada.

Exemplos:
1) Qual é sua opinião sobre a legislação do aborto?

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2) Em sua opinião, quais são as principais causas da delinqüência no Brasil?

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


b) Perguntas fechadas ou dicotômicas. Também denominadas limitadas ou de alternativas fixas, são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não.

Exemplos:
1) Os sindicatos devem ou não formar um partido político?
1. Sim ( )
2. Não ( )
2) Você é favorável ou contrário ao celibato dos padres?
1. favorável ( )
2. contrário ( )

Este tipo de pergunta, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação: as respostas são mais objetivas.
Há duas formas de fazer perguntas dicotômicas: a primeira seria indicar uma das alternativas, ficando implícita a outra; a segunda, apresentar as duas alternativas para escolha. A maior deficiência desta segunda forma está diretamente relacionada a dois aspectos: em primeiro lugar, não induzir a resposta e, em segundo, ao fato de uma pergunta enunciada de forma negativa receber, geralmente, uma percentagem menor de respostas do que a de forma positiva (Boyle e Westfall, 1978: 296-7).
Russ apresenta os resultados de experiências realizadas para testar os efeitos de perguntas com apenas uma alternativa expressa de forma positiva e de forma negativa.
Forma A. Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir discursos públicos contra a democracia?
Forma B. Você acha que os Estados Unidos deveriam proibir discursos públicos contra a democracia?


Os resultados obtidos foram os seguintes:


Forma A Forma B
Deveriam permitir 21% Não deveriam proibir 39%
Não deveriam permitir 62% Deveriam proibir 46%
Não deram opinião 17% Não deram opinião 15%

Em conclusão, pode-se dizer que a fórmula que engloba as duas alternativas, na própria pergunta, é a mais aconselhável, pois, sendo neutra, não induz a resposta:
- Você acha que os Estados Unidos deveriam permitir ou proibir discursos públiocs contra a democracia?
Quando é acrescentado mais um item, “não sei”, a pergunta denomina-se tricotômica.

Exemplos:

1) Você acha que deveria ser permitido aos divorciados mais de um casamento?
1. Sim ( )
2. Não ( )
3. Não sei ( )
2) Você é favorável ou contrário à política econômica do governo?
1. Favorável ( )
2. Contrário ( )
3. Não sei ( )
c. Perguntas de múltipla escolha. São perguntas fechadas, mas que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto.
Perguntas com mostruário (perguntas leque ou cafeterias). As respostas possíveis estão estruturadas junto à pergunta, devendo o informante assinalar uma ou várias delas. Têm a desvantagem de sugerir respostas. (Explicitar, quando se deseja uma só resposta.)

Exemplos:
1) Qual é, para você, a principal vantagem do trabalho temporário?
(ESCOLHER APENAS UMA RESPOSTA)
1. Maior liberdade no trabalho ( )
2. Maior liberdade em relação ao chefe ( )
3. Variações no serviço ( )
4. Poder escolher um bom emprego para se fixar ( )
5. Desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional ( )
2) Quais são as principais causas da inflação no Brasil?
1. Procura de produtos, maior do que a oferta ( )
2. Correção monetária ( )
3. Aumento dos custos (matéria-prima, salários) ( )
4. Manutenção da margem de lucro por empresas que
têm certo poder monopolístico (indústria de
automóveis ( )
5. Expansão do crédito maior do que o crescimento
das poupanças ( )
6. Aumento correspondente dos salários sem
correspondente aumento da produção ( )

Perguntas de estimação ou avaliação. Consistem em emitir um julgamento através de uma escala com vários graus de intensidade para um mesmo item. As respostas sugeridas são quantitativas e indicam um grau de intensidade crescente ou decrescente.
Exemplos:

1) As relações com seus companheiros de trabalho são, em média:

1. Ótimas ( )
2. Boas ( )
3. Regulares ( )
4. Más ( )
5. Péssimas ( )

2) Você se interessa pela política nacional?
1. Muito ( )
2. Pouco ( )
3. Nada ( )
3) Você assiste a novelas na TV?
1. Sempre ( )
2. Às vezes ( )
3. Raramente ( )
4. Nunca ( )

A técnica da escolha múltipla é facilmente tabulável e proporciona uma exploração em profundidade quase tão boa quanto a de perguntas abertas.
A combinação de respostas de múltipla escolha com as respostas abertas possibilita mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação.

Exemplos:
1) Você escolhe um livro para ler, pelo:
1. Assunto ( )
2. Autor ( )
3. Capa e apresentação ( )
4. Texto da orelha ( )
5. Recomendação de amigos ( )
6. Divulgação pelos meios de
comunicação de massa ( )
7. Outro ( ) Qual? ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_________________________
______________________________________________________________________


Quanto ao objetivo, as perguntas podem ser:

a) Perguntas de Fato. Dizem respeito a questões concretas, tangíveis, fáceis de precisar; portanto, referem-se a dados objetivos: idade, sexo, profissão, domicílio, estado civil ou conjugal, religião etc. Geralmente, não se fazem perguntas diretas sobre casos em que o informante sofra constrangimento.

Exemplos:
1) Qual é a sua profissão?
__________________________________________________________________________________________
2) Propriedade do domicílio:
1. Própria ( )
2. Alugada ( )
3. Cedida ( )

b) Perguntas de Ação. Referem-se a atitudes ou decisões tomadas pelo indivíduo. São objetivas, às vezes diretas demais, podendo, em alguns casos, despertar certa desconfiança por parte do informante, influindo no seu grau de sinceridade. Devem ser redigidas com bastante cuidado.

Exemplos:
1) Em qual candidato a deputado estadual você votou na última eleição?
___________________________________________________________________________________________
2) O que você fez no último fim de semana?
1. Viajou ( )
2. Ficou em casa ( )
3. Visitou amigos ( )
4. Praticou esportes ( )
5. Assistiu algum espetáculo ( )
6. Outro ( ) Qual? ________________________
_______________________________________________________________________


c) Perguntas de ou sobre Intenção. Tentam averiguar o procedimento do indivíduo em determinadas circunstâncias. Não se pode confiar na sinceridade da resposta; entretanto, os resultados podem ser considerados aproximativos. É um tipo de pergunta empregado em grande escala nas pesquisas pré-eleitorais.

Exemplos:
1) Se houver eleições diretas para governador, em quem você votará?
________________________________________________________________________________
2) Em relação ao seu emprego atual, pretende:
1. Permanecer no mesmo ( )
2. Mudar de empresa ( )
3. Mudar de profissão ( )


d) Perguntas de Opinião. representam a parte básica da pesquisa.

Exemplos:
1) Em sua opinião, deve-se dar a conhecer a um filho adotivo essa condição?
1. Sim ( )
2. Não ( )
3. Não sei ( )


2) Você acha que o cigarro:
1. É prejudicial à saúde ( )
2. Não afeta a saúde ( )
3. Não tem opinião ( )

e) Perguntas-Índice ou Perguntas-Teste. São utilizadas sobre questões que suscitam medo; quando formuladas diretamente, fazem parte daquelas consideradas socialmente inaceitáveis. Mediante este tipo de perguntas, procura-se estudar um fenômeno através de um sistema, ou índice revelador do mesmo. É utilizado no caso em que a pergunta direta é considerado imprópria, indiscreta.

Geralmente é errado perguntar diretamente ao entrevistado quanto ele ganha. A maioria das organizações de pesquisa classificam os entrevistados em categorias sócio-econômicas, através de um sistema de pontuação. Este é obtido por intermédio de uma série de perguntas, englobando, na maioria dos casos, itens de conforto doméstico (aparelhos eletrodomésticos, televisão etc), carro (marca e ano), habitação (própria ou alugada), escolaridade do chefe de família e renda familiar. Para cada resposta é atribuído um valor, e a classificação dos pesquisadores, em nível sócio-econômico, obtém-se através da soma desses pontos.
Normalmente, perguntas relativas a aspectos íntimos ou a vícios (consumo de drogas etc.) são consideradas indiscretas, da mesma forma que aquelas que abordam aspectos relacionados a preconceitos.
Para contornar essa dificuldade, pode-se fazer a pergunta de forma indireta, dando-se ao entrevistado uma série de opções, que, até certo ponto, podem medir o seu grau de preconceito.
Exemplo:
1) Qual a sua opinião sobre casamento inter-racial?
1. Proibiria seus filhos ( )
2. Em geral é contra ( )
3. Em alguns casos é aceitável ( )
4. Não tenho opinião formada ( )
5. É favorável ( )


Alguns autores classificam ainda as perguntas em:
a) Direta ou Pessoal. Quando formuladas em termos pessoais, incluindo a pessoa do informado.

Exemplo:
1) Como você...


b) Indireta ou Impessoal. Quando formuladas visando a outras pessoas.
Exemplo:
1) Deveriam os brasileiros...



...ORDEM DAS PERGUNTAS

Outro aspecto que merece atenção é a regra geral de se iniciar o questionário com perguntas gerais, chegando pouco a pouco às específicas (técnica do funil), e colocar no final questões de fato, para não causar insegurança. No decorrer do questionário, devem-se colocar as perguntas pessoais e impessoais alternadas.
A disposição das perguntas precisa seguir uma “progressão lógica”, afirmam Goode e Hatt (1969: 177), para que o informante:

a) seja conduzido a responder pelo interesse despertado, sendo as perguntas atraentes e não controvertidas.
b) seja a responder, indo dos itens mais fáceis para os mais complexos.
c) não se defronte prematura e subitamente com informações pessoais - questões delicadas devem vir mais no fim;
d) seja levado gradativamente de um quadro de referência a outro - facilitando o entendimento e as respostas.

As primeiras perguntas, de descontração do entrevistado, são chamados de quebra-gelo, porque têm a função de estabelecer contato, colocando-o à vontade.
“Deve-se fugir, o quanto possível, do chamado efeito do contágio, ou seja, à influência da pergunta precedente sobre a seguinte” (Augras, 1974: 156).

Exemplo:
Suponha-se que seja apresentada a seguinte seqüência de perguntas:
Você é católico? (resposta positiva); É praticante? (resposta positiva); Conhece a posição do Vaticano sobre o aborto? (resposta positiva); Tomou conhecimento da declaração do Papa sobre o aborto? (resposta positiva); Você é favorável ou contrário ao aborto?
A tendência será o aumento de respostas “contrário”, mesmo que a pessoa seja favorável: seqüência de perguntas patenteia ao entrevistado sua atitude contraditória, alterando sua resposta.
Para evitar o efeito de contágio, as perguntas relativas ao mesmo tema devem aparecer separadas: primeiro a opinião e, por último, as perguntas de fato. Pode ocorrer, também, o contágio emocional e, para evitá-lo, devem-se alterar as perguntas simples, dicotômicas ou tricotômicas, com as perguntas mais complexas, abertas ou de múltipla escolha.

....Formulário

O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social, cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado.
Nogueira (1968: 129) define formulário como sendo “uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação”.
Para Selltiz (1965: 172), formulário “é o nome geral usado para designar uma coleção de questões que são perguntadas e anotadas por um entrevistador numa situação face a face com outra pessoa”.
Portanto, o que caracteriza o formulário é o contato face a face entre pesquisador e informante e ser o roteiro de perguntas preenchido pelo entrevistador, no momento da entrevista.
São três as qualidades essenciais de todo formulário, apontadas por Ander-Egg (1978: 125):
“a) Adaptação ao objeto de investigação.
b) Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho.
c) Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o objetivo proposto.”

...VANTAGENS E DESVANTAGENS

O formulário, assim como o questionário, apresenta uma série de vantagens e desvantagens.

Vantagens:
a) Utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados, analfabetos, populações heterogêneas etc., porque seu preenchimento é feito pelo entrevistador.

b) Oportunidade de estabelecer rapport, devido ao contato pessoal.

c) Presença do pesquisador, que pode explicar os objetivos da pesquisa, orientar o preenchimento do formulário e eleucidar significados de perguntas que não estejam muito claras.

d) Flexibilidade, para adaptar-se às necessidades de cada situação, podendo o entrevistador reformular itens ou ajustar o formulário à compreensão de cada informante.

e) Obtenção de dados mais complexas e úteis.

f) Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em determinado grupo.

g) Uniformidades dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio pesquisador.


Desvantagens:
a) Menos liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador.

b) Risco de distorções, pela influência do aplicador.

c) Menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar, elas podem ser invalidadas.

d) Mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez.

e) Insegurança das respostas, por falta do anonimato.

f) Pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em localidades muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.

...APRESENTAÇÃO DO FORMULÁRIO

A observância de alguns aspectos é necessária na construção do formulário, para facilitar o seu manuseio e sua posterior tabulação.
Deve ser levado em conta o tipo, o tamanho e o formato do papel; a estética e o espaçamento devem ser observados, e cada item deve ter espaço suficiente para a redação das respostas. Os itens e subitens precisam ser indicados com letras ou números e as perguntas ter certa disposição, conservando distância razoável entre si. Deve ser datilografado [ou digitado], mimeografado ou impresso em uma só face do papel. É importante numerar as folhas.
As formas de registro escolhidas para assinalar as respostas - traço, círculo, quadrado ou parêntesis - devem permanecer sempre as mesmas em todo o instrumento.
A redação simples, clara, concisa é ideal. Itens em demasia devem ser evitados. “Causam má impressão questionários ou formulários antiestéticos em termos de papel, disposição das perguntasm, grafia etc.”, afirma Witt (1973: 46)” (MARCONI & LAKATOS, 1986, pp. 70-87).



A ENTREVISTA ENQUANTO TÉCNICA
Entre as diversas formas de abordagem técnica do trabalho de campo, destacamos a entrevista e a observação participante. Por se tratar de importantes componentes da realização da pesquisa qualitativa, tentaremos a seguir sistematizar aspectos relevantes sobre essas técnicas. Esses aspectos que envolvem a coleta de dados qualitativos também podem ser encontrados em Chizotti (1991).
A entrevista é o procedimento mais ususal no trabalho de campo. Através dela, o pesquisador busca obter informes contidos na fala dos atores sociais. Ela não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta das fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada. Suas formas de realização podem ser de natureza individual e/ou coletiva.
Nesse sentido, a entrevista, um termo bastante genérico, está sendo por nós entendida como uma conversa a dois com propósitos bem definidos. Num primeiro nível, essa técnica se caracteriza por uma comunicação verbal que reforça a importância da linguagem e do significado da fala. Já. num outro nível, serve como um meio de coleta de informações sobre um determinado tema científico.
Através desse procedimento, podemos obter dados objetivos e subjetivos. Os primeiros podem ser também obtidos através de fontes secundárias, tais como censos, estatísticas e outras formas de registros. Em contrapartida, o segundo tipo de dados se relaciona aos valores, às atitudes e às opiniões dos sujeitos entrevistados.
Em geral, as entrevistas podem ser estruturadas e não-estruturadas, correspondendo ao fato de serem mais ou menos dirigidas. Assim, torna-se possível trabalhar com a entrevista aberta ou não-estruturada, onde o informante aborda livremente o tema proposto; bem como com as estruturadas que pressupõem perguntas previamente formuladas. Há formas, no entanto, que articulam essas duas modalidades, caracterizando-se como entrevistas semi-estruturadas.
Aprofundando essas modalidades, temos ainda, entre outras, a discussão em grupo e a história de vida. No primeiro caso, sua aplicação se dá em uma ou mais sessões, em pequenos grupos de 6 a 12 componentes, com um animador que faz intervenções no decorrer das discussões. o papel desse animador não se restringe meramente ao aspecto técnico. A relevância de sua atuação está na capacidade de interação com o grupo e de coordenação da discussão. A selecção dos participantes ocorre a partir de grupos com opiniões e idéias voltadas para o interesse da pesquisa. A discussão de grupo visa complementar as entrevistas individuais e a observação participante.
Em relação à história de vida, como estratégia de compreensão da realidade, sua principal função é retratar as experiências vivenciadas, bem como as definições fornecidas por pessoas, grupos ou organizações. Ela pode ser escrita ou verbalizada e abrange na versão de Denzi, citado por Minayo (1992), os seguintes tipos: história de vida completa, que retrata todo o conjunto da experiência vivida; e a história de vida tópica, que focaliza uma etapa ou um determinado setor da experiência em questão.
Nesse procedimento metodológico, destacamos a noção de entrevista em profundidade que possibilita um diálogo intensamente correspondido entre entrevistador e informante. Para muitas pesquisas, a história de vida tem tudo para ser um ponto inicial privilegiado porque permite ao informante retomar sua vivência de forma restropectiva, com uma exaustiva interpretação. Nela geralmente acontece a liberação de um pensamento crítico reprimido e que muitas vezes nos chega em tom de confidência. É um olhar cuidadoso sobre a própria vivência ou sobre determinado fato. Esse relato fornece um material extremamente rico para análises do vivido. Nele podemos encontrar o reflexo da dimensão coletiva a partir da visão individual.

A OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE
A técnica de observação participante se realiza através do contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. O observador, enquanto parte do contexto de observação, estabelece uma relação face a face com os observados. Nesse processo, ele, ao mesmo tempo, pode modificar e ser modificado pelo contexto. A importância dessa técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez, observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais imponderável e evasivo na vida real.
A inserção do pesquisador no campo está relacionada com as diferentes situações da observação participante por ele desejada. Num pólo, temos a sua participação plena, caracterizada por um envolvimento por inteiro em todas as dimensões de vida do grupo a ser estudado. Noutro, observamos um distanciamento total de participação da vida do grupo, tendo como prioridade somente a observação. Ambos os extremos mencionados envolvem riscos que devem ser avaliados antes de serem adotados.
Entre esses pólos extremos encontramos variações da técnica. Uma dessas variações diz respeito ao papel do pesquisador enquanto participante observador. Nessa situação, o pesquisador deixa claro para si e para o grupo sua relação como sendo restrita ao momento da pesquisa de campo. Nesse sentido, ele pode desenvolver uma participação no cotidiano do grupo estudado, através da observação de eventos do dia-a-dia. Outra variação se refere ao pesquisador enquanto observador participante. Isso corresponde a uma estratégia complementar às entrevistas, sendo que essa observação se dá de forma rápida e superficial.
Essas variações descrita só podem ser concebidas para fins de análise. Na realidade, nenhuma delas ocorre puramente, salvo em condições especiais.
As questões centrais da observação participante estão relacionadas aos principais momentos da realização da pesquisa, sendo um deles a entrada em campo. As capacidades de empatia e de observação por parte do investigador e a aceitação dele por parte do grupo são fatores decisivos nesse procedimento metodológico, e não são alcançados através de simples receitas. Um maior aprofundamento sobre o assunto pode ser buscado em Cicourel (1980), que aborda aspectos da teoria e do método em pesquisa de campo.


ENTREVISTA E QUESTIONÁRIO

"1.1 Entrevista
A entrevista não é uma simples conversa. É conversa orientada para um objetivo definido: recolher, através do interrogatório do informante, dados para pesquisa.
A entrevista tornou-se, nos últimos anos, um instrumento de que se servem constantemente os pesquisadores em ciências sociais e psicologias. Recorrem estes à entrevistas sempre que têm necessidades de dados que não podem encontrar em registros e fontes documentárias e que podem ser fornecidos por certas pessoas. Estes dadosa serão utilizados tanto para o estudo de "fatos"como de casos ou de opiniões. Adotar-se-ão os seguintes critérios para o preparo e a relaização da entrevista:
1) O entrevistador deve planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o objetivo a ser alcançado.
2) Obter, sempre que possível, algum conhecimento prévio acerca do entrevistado.
3) Marcar com antecedência o local e o horário para a entrevista. Qualquer transtorno poderá comprometer os resultados da pesquisa.
4) Criar condições, isto é, uma situação discreta para a entrevista, pois será mais fácil obter informações espontâneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que uma pessoa acompanhada ou em grupo.
5) Escolher o entrevistado de acordo com a sua familiaridade ou autoridade em relação ao assunto escolhido.
6) Fazer uma lista das questões, destacando as mais importantes.
7) Assegurar um número suficiente de entrevistados, o que dependerá da viabilidade da informação a ser obtida.
O entrevistado deve obter e manter a confiança do entrevistado. Evitar ser inoportuno, não interrompendo outras atividades de seu interesse, nem entrevistando-o no momento em que esteja irritado, fatigado ou impaciente.
Convém dispor-se a ouvir mais do que a falar. O que interessa é o que o informante tem a dizer. Dê-se-lhe o tempo necessário para discorrer satisfatoriamente sobre o assunto.
Controle-se a entrevista, reconduzindo, se necessário, o entrevistado ao objeto da entrevista. Evitem-se perguntas diretas que precipitariam as informações, deixando-as incompletas.
Apresentam-se primeiramente as perguntas que tenham menores probabilidades de provocar recusa ou produzir qualquer forma de negativismo, uma após outra, a fim de não confundir o entrevistado.
Sempre que possível, conferir as respostas, mantendo-se alerta aos erros constantes.
Finalmente, fazer o registro dos dados imediatamente após a entrevista ou na primeira oportunidade que se apresentar. Registrar mesmo aqueles dados fornecidos após a entrevista por terem sido considerados sem importância.
Quando se há de recorrer à entrevista?
Recorre-se à entrevista quando não há fontes mais seguras para as informações desejadas ou quando se quiserem completar dados extraídos de outras fontes.
A entrevista possibilita registrar, além disso, observações sobre a aparência, sobre o comportamento e sobre as atitudes do entrevistado. Daí sua vantagem sobre o questionário.
Evite-se recorrer à entrevista para obter dados de valor incerto ou para obter informações precisas, cuja validade dependeria de pesquisas ou observações controladas, tais como datas, relações numéricas, etc.
O entrevistado deve ser informado do motivo de sua escolha, motivo este que será sempre plausível.

1.2 Questionário
O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra "questionário" se refere a um meio de obter respostas às questões, por uma fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho, teve a experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central.
O questionário poderá ser enviado pelo correio, entregue ao respondente ou aplicado por elementos preparados e selecionados: neste caso, pode ser aplicado simultaneamente a maior número de indivíduos.
Todo questionário deve ter natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de uma situação para outra. Possui a vantagem de os respondentes sentirem-se mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar informações e respostas mais reais (o que não pode acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extensão e finalidade.
É necessário que se estabeleçam, com critério, quais as questões mais importantes a serem propostas e que interessam ser conhecidas, de acordo com os objetivos. Devem ser propostas perguntas que conduzam facilmente às respostas de forma a não insinuarem outras colocações.
Se o questionário for respondido na ausência do investigador, deve ser acompanhado de instruções minuciosas e específicas.


Perguntas fechadas: destinam-se a obter respostas mais precisas.
Ex.: "Possui rádio?"
( ) Sim
( ) Não

As perguntas fechadas são padronizadas, de fácil aplicação, fáceis de analisar ou codificar. As perguntas abertas, destinadas a obtenção de respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informações mais ricas e variadas, são analisadas e codificadas com maiores dificuldades.

1.3 Formulário
Formulário é uma lista informal, catálogo ou inventário, destinado à coleta de dados resultantes quer de observações, quer de interrogações, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador.
Entre as vantagens que apresenta o formulário, podemos destacar a assistência direta do investigador, a possibilidade de comportar perguntas mais complexas, a garantia da uniformidade na interpretação dos dados e dos critérios pelos quais são fornecidos. O formulário pode ser aplicado a grupos heterogêneos, inclusive a analfabetos, o que não ocorre com o questionário.
Uma vez recolhidos os dados cientificamente, isto é, através das técnicas da observação controlada, passa-se à codificação e ao tabulamento dos mesmos (gráficos, mapas, quadros, estatísticas). Somente, então, serão analisados e interpretados em função das perguntas formuladas no início ou das hipóteses levantadas" (CERVO & BERVIAN, 1977, pp.105-108).
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Como esclarecer a população dos caminhos políticos imorais se em muitas universidades e escolas a política perde o seu caráter científico e se torna ideologia (doutrina)? A política devia ser tratada como uma ciência e seu estudo deveria ser obrigatório em todas as escolas e universidades. Eu já fui professor de ciência política no Rio de Janeiro e sei por teoria e prática a complexidade desse objeto de estudo que envolve conhecimentos de história, sociologia, ética, filosofia etc. O “povão” (e muitos intelectuais também) está muito distante dessa compreensão do que seja de fato ‘participação política”. Um político eticamente correto deveria ter legitimidade e legalidade. A questão da legalidade se torna complexa porque existem muitos modos de transformar o ilegal em legal, o ilegítimo em legítimo. Além disso, poucos sabem de fato distinguir a crítica do ataque. Criticar não é simplesmente atacar e acabar com a imagem do outro. A crítica implica conhecimento e experiência do contexto. Mas, infelizmente a política se torna um palco de ataque e baixaria sem discussão científica dos fatos sociais e sem filosofia do que se diz.
Bernardo Melgaço da Silva
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 8CRUZ NETO, OTÁVIO - "O Trabalho de Campo como Descoberta e Criação", In: VVAA, organizado por Maria Cecília de Souza Minayo, Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade, Rio de Janeiro, Vozes, pp.51-64.




































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1 parte do Capítulo 3 da tese de mestrado de:
MELGAÇO DA SILVA, BERNARDO - Trabalho e Transformação: A Organização da Produção e o Nível de Consciência nas Sociedades Modernas, Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ, Tese de Mestrado, 1992, pp.201.